Um novo conceito de advocacia
Esta sociedade surge a partir de uma ideia que defendo quase desde o momento em que comecei a exercer a advocacia ou seja, desde que comecei a perceber o quão realmente importante é para um escritório de advogados prestar o melhor serviço possível aos seus clientes, e a forma de o fazer.
Sempre defendi que os advogados, logo na fase de estágio, deviam ter contacto com o maior número possível de ramos do Direito, para assim identificarem melhor as matérias para as quais se sentem mais vocacionados, dirigindo todos os seus esforços no estudo das mesmas para, dessa forma, se poderem especializar.
Relativamente àqueles litígios (que são muitos) que apenas se decidem em tribunal, é fundamental que o advogado perceba qual a sua verdadeira vocação; depois, caso conclua que pretende também enveredar pela prática forense, tem obrigatoriamente de conhecer muito bem as regras processuais; após o que revela necessário dispor de muita concentração e perspicácia e, a natural vocação; natural na verdadeira aceção da palavra, porque a vocação não se ensina nem se conquista: ou se nasce com ela ou sem ela e há que conhecer e saber aceitar os nossos limites, sob pena de não conseguirmos atingir os nossos objetivos.
No entanto existe uma outra questão que considero fundamental para delinear a melhor forma de defesa dos interesses dos nossos clientes, qual seja: a efetiva interação entre aqueles que se dedicam exclusivamente ao estudo e pesquisa do Direito e os advogados, isto é, uma verdadeira aliança entre a vertente teórica e a vertente prática da aplicação do Direito, entre os advogados e os consultores jurídicos. Tal interação permite uma valiosa troca de ideias e um melhor esclarecimento acerca de determinadas matérias, tendo em vista a construção da melhor estratégia processual indispensável para estruturar a boa defesa de uma causa.
Por defender esta interação entre a verdadeira parte teórica do Direito (a sua fonte) e a parte prática (o advogado) é que esta sociedade conta com o apoio de consultores jurídicos com um currículo brilhante que faço questão de expor.
Já quanto aos advogados, sempre defendi que o seu curriculum se faz de vitórias e derrotas, sendo diariamente avaliado pelos seus clientes, que se manterão fiéis ao escritório enquanto estes defenderem corretamente as suas causas, tal como um doente se mantém fiel a um médico enquanto este o curar.
Esta é a realidade: o advogado é bom quando ganha causas.
Para isso há que saber defendê-las e patrociná-las da melhor forma possível, utilizando todos os recursos ao nosso dispor, nomeadamente a troca de ideias com juristas que dedicam a sua vida à pesquisa e estudo do direito, visto que a disponibilidade de tempo de alguém que se dedica verdadeiramente à advocacia não permite este tipo de pesquisa, reflexão crítica e análise.
Não acredito em currículos extensos que nada esclarecem no que ao exercício da advocacia diz respeito, acredito, isso sim, em resultados, e é isso que este escritório se propõe oferecer aos seus clientes. Aliás, sempre defendi estes desígnios e agora tenho oportunidade de os colocar em prática.
Um escritório de advogados não é uma universidade, já que se sustenta de resultados e não de currículos, não pretendendo, tão pouco, transmitir conhecimentos jurídicos.
Os clientes dos escritórios de advogados são pessoas que, em princípio, não conhecem ou não dominam o Direito e as leis, almejando alcançar um bom resultado, seja na prevenção (aconselhamento, planeamento, etc.) dos litígios, seja na sua resolução judicial ou extrajudicial (mediação, conciliação, etc.).
Os clientes merecem, por isso, todo o nosso esforço e empenho.
Este é o meu conceito de advocacia, comigo estão aqueles que dele partilham.
Paula Mano
Agosto de 2010