“Os advogados estagiários desconhecem em absoluto a prática do Direito”
A Mano e Rodrigues existe há 11 anos e coloca em prática, diariamente, a forma diferenciada como as suas sócias veem o exercício da Advocacia. Paula Mano, Ana Dias Ferreira e Cátia Silva Pereira, em entrevista, são claras na sua forma de trabalhar o Direito, bem como naquilo que consideram essencial para se ser um bom advogado e para trazer cada vez mais prestígio à profissão.
Tendo já mais de uma dezena de anos de existência, e ainda mais anos de experiência das suas sócias, que balanço podem fazer do trabalho desenvolvido?
Paula Mano (P.M.): Esta sociedade, logo no seu primeiro ano de existência, superou de uma forma surpreendente as nossas expectativas. E nos anos que se seguiram continuou o seu crescimento, com a conquista permanente de novos clientes, quer em Portugal, quer noutros países da Europa, nestes últimos com maior incidência em Espanha e França.
Qual o motivo que levou a sociedade a abrir três escritórios em Portugal?
Ana Dias Ferreira (A.D.F): Fomos decidindo abrir mais escritórios para comodidade dos nossos clientes. Quando, em determinada zona do país (distante do Porto), começamos a ter um número de clientes que justifique a abertura de um escritório, fazemo-lo para os nossos clientes não terem de se deslocar ao Porto e acabamos também por angariar mais clientes na zona onde abrimos o escritório e nos seus arredores.
Tem previsão de abrir mais algum?
A.D.F.: Sim, para além do Porto, Funchal e Alfândega da Fé, no próximo ano, e pelos motivos que referi, vamos abrir mais um, desta vez em Valença. Será o quarto escritório e penso que o último.
No vosso ponto de vista, um advogado estagiário deveria ter acesso ao maior número possível de ramos do Direito, de forma a familiarizar-se com aquele que mais goste e o desenvolver, especializando-se?
Cátia Silva Pereira (C.S.P.): Nesta Sociedade, todos os advogados estagiários estão sob a minha responsabilidade e posso garantir que trabalham a sério em todo o tipo de processos, por isso têm essa oportunidade de verificarem com que áreas do Direito mais se identificam.
É, portanto, isso que acontece na Mano & Rodrigues?
C.S.P: Sim, é isso mesmo que acontece nesta Sociedade. Cada um de nós trabalha no ramo ou ramos do Direito que mais gosta e acerca do qual se foi especializando, no sentido de ter mais contacto com essa área do Direito e aí ir aprofundando o seu estudo.
No que respeita às alterações no acesso à profissão, relativas à Ordem dos Advogados, qual a vossa opinião sobre isso?
P.M.: Já tivemos oportunidade de falar sobre isso e a nossa opinião é unânime: consideramos que não advém qualquer mais-valia e não estamos minimamente de acordo com tais alterações. Existe um défice enorme no que respeita ao conhecimento do Direito e muito mais relativamente à sua prática, na grande maioria dos advogados estagiários, mas esse défice devia ser corrigido através do estágio na O.A., que devia incidir numa vertente prática ao invés do que acontece, que se resume a ser uma continuação da faculdade na sua vertente mais teórica. O mais importante de tudo, na minha opinião, é colocar cada um a fazer aquilo que essa pessoa faz melhor. Tenho verificado ao longo dos anos que há colegas que a minutarem peças processuais são brilhantes e depois a defendê-las em tribunal são um desastre, e o contrário também se verifica, e isso não tem nada de errado, é a vocação de cada um que deve ser explorada em benefício dos clientes e para prestígio da profissão. Para conseguirmos ter bons resultados na Advocacia um advogado não deve ou tem de fazer tudo. Deve fazer aquilo que faz melhor, sendo por isso o trabalho em equipa fundamental e com inúmeras vantagens. Por exemplo, quando alguém, nesta Sociedade, fica de repente impedido de trabalhar, por doença ou outro imprevisto qualquer, os nossos clientes nunca ficam prejudicados, porque existe sempre outro colega, que também acompanha esse cliente, e que está em perfeitas condições de dar continuidade a esse trabalho. É por isso que estamos aptos a responder às solicitações dos nossos clientes 365 dias por ano.
Como antevê o futuro da Mano & Rodrigues?
P.M.: Não temos objetivos “a la longue”, temos objetivos diários, e foi assim desde o primeiro dia de trabalho nesta Sociedade. O nosso objetivo é fazermos mais e melhor, nunca abrandar nem esquecer que o sucesso não é um dado adquirido, é uma conquista diária. Agora, o futuro, o passado e o presente vejo sempre com um sorriso, porque essa é a minha forma de estar na vida e penso que já fui capaz de contagiar quem trabalha comigo!